Muitos de nós estão voltando das férias como tempo de descanso após um ano exaustivo. Mas, nos primeiros dias das férias ou até em nosso dia semanal de descanso com a família, quando tentamos parar, parece que não conseguimos relaxar de verdade. Desaprendemos a desacelerar e estar em silêncio.
Vivemos na era da velocidade. E os desafios da vida diária e no contexto ministerial na igreja local, onde parece que tudo precisa ser feito para ontem, facilmente nos levam a ficar presos em um ciclo sem fim, sempre correndo atrás do próximo compromisso, do próximo objetivo. Trabalhamos longas horas, somos bombardeados por notificações, participamos de inúmeros encontros e reuniões e quando finalmente temos um momento de descanso, ele parece insuficiente. Nosso corpo pode até desacelerar, mas nossa mente continua inquieta.
Esse ritmo frenético nos leva a um cansaço que vai além do físico, ele atinge nossa alma e nossa espiritualidade. Quando estamos sempre ocupados e cansados não encontramos espaço para ouvir a voz de Deus. Nossa vida se torna cheia de barulho, mas vazia de profundidade. Um cansaço que nos leva a um vazio.
A caminho de Damasco Deus deu a Paulo uma visão e ele afirma: “Não fui desobediente à visão celestial”(At 26.19). E o que o Senhor disse a Paulo, na verdade, foi: toda a tua vida será um domínio meu; não terá mais objetivos, nem metas, nem alvos, a não ser os meus. “Eu te escolhi”.
Paulo não recebeu uma mensagem ou uma doutrina para serem defendidas; ele foi levado a um relacionamento com Jesus Cristo bastante vivo, pessoal e que o dominava por inteiro. Atos 26.16 é um imperativo: “… para te constituir ministro e testemunha”. A partir dali começa um relacionamento pessoal continuado. Paulo consagrou-se a uma pessoa, não a uma causa. Ele pertencia completamente a Jesus Cristo; nada mais via, não vivia para mais nada (1Co2.2).
O cansaço e o vazio espiritual vêm quando o nosso servir concorre com o nosso relacionamento com Jesus. Permaneça em Cristo! (Jo 15)