Paulo atribui os problemas entre os crentes em Corinto a sua ignorância sobre o que é ser igreja. A igreja local não só é lavoura de Deus e edifício construído sobre Jesus Cristo; também é santuário de Deus. Literalmente “santuário de Deus” (I Coríntios 3.16-17), o que chamamos de Lugar Santíssimo, lembrando do santuário em Jerusalém.
A pergunta: “Não sabeis que sois santuário de Deus?” (1 Co 3.16) aparece dez vezes nesta carta, o que indica sua importância.
O templo em Jerusalém, como antes o tabernáculo, era o lugar da presença de Deus.
No Novo Pacto, confirmado com o sangue de Cristo na cruz, o lugar de habitação de Deus já não é um edifício, senão um povo. Isto é o que tinha que entender a igreja em Corinto. Eles eram o santuário de Deus; Deus habitava neles e no meio deles.
Paulo afirma em I Coríntios 6.19, que Deus habita no corpo de cada crente, que é o santuário do Espírito Santo. Em I Coríntios 3, o santuário de Deus é a congregação local. E em Efésios 2.22, o apóstolo Paulo ensina que a igreja universal é morada de Deus. Quer dizer que somos santuário de Deus em três sentidos: como crentes em forma individual, como congregação local e como igreja universal. Já não precisamos de imagens nem símbolos da presença de Deus: o Espírito Santo habita no Seu povo.
Dividir, contaminar, enganar a igreja são ofensas muito sérias, é um ato de violência contra Deus, porque ela é o templo de Deus, apesar de todas suas imperfeições.
Nestas três metáforas usadas por Paulo, a descrição que faz da comunidade cristã enfatiza a Trindade. Cada uma delas sublinha a obra de Deus Pai, Filho e Espírito Santo em relação à igreja. Como lavoura de Deus, deve sua existência e crescimento a Deus o Pai. Como edifício, está construída só sobre Jesus Cristo, Deus o Filho. E como santuário, é habitado por Deus Espírito Santo.
A igreja é a única comunidade trinitária no mundo. Não existe nenhuma outra comunidade que se pareça com ela. Seus líderes têm o enorme privilégio de serem servos da igreja, o lugar onde Deus habita.
Recortes do livro Sinais de Uma Igreja Viva de John Stott, Editora ABU