(Salmo 24)
Quando leio o Salmo 24, sinto que estou pisando em solo sagrado. Há uma coerência poética e uma bússola profética no desenvolvimento temático do Salmo 24.
Os Salmos 22, 23 e 24 formam uma trilogia abençoada. Apresentam um tríplice retrato do Senhor nosso Pastor.
O Salmo 22 é sobre o Bom Pastor que morreu com amor por nós! Ele gira em torno do grito comovente ecoado por Jesus na cruz: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Salmo 22.1 cf. Marcos 15.34; Mateus 27.46).
O Salmo 23 é sobre o Grande Pastor que cuida fielmente de nós! O primeiro versículo dá o tom de confiança, assim como o fundamento teológico, para o resto do salmo: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará”.
O Salmo 24 é sobre o Glorioso Pastor que poderosamente nos livra! A chave para uma poderosa libertação é a entrada do Rei da Glória: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portas antigas, para que entre o Rei da glória” (Sl 24.7).
O Salmo 24 exalta o poder de Deus para libertar e a chave para isso!
Os versículos 1 e 2 mostram a grandeza de Deus. Os versículos 3-4 destacam o que é necessário para chegarmos diante de um Deus tão incrível. Nós nos aproximamos Dele com “mãos limpas e coração puro”! Em outras palavras, para vir diante do Deus santo e justo, existe uma lei ou código moral que se deve cumprir!
MAS, aqui está o problema. Somos absolutamente impotentes para atender a esse requisito divino.
De fato, a pergunta retórica no versículo 3 capta a situação humana:
“Quem subirá ao monte do SENHOR? Quem pode permanecer em seu lugar santo?” (Sl 24.3)
Então, o que fazemos?
Há esperança! Pois o Glorioso Pastor (o Rei da Glória) vem para nos libertar e Ele gentilmente nos encoraja a buscar Sua face para que possamos “receber a bênção do SENHOR e a vindicação de Deus (o) Salvador” (v5-6)!
E uma vez que esta Esperança reside no vitorioso Rei Guerreiro (v8), devemos abrir nossos corações e convidá-LO para nossas vidas impotentes.
“Quem é este Rei da glória? O SENHOR forte e poderoso, o SENHOR poderoso na batalha. Levantem suas cabeças, seus portões; levantai-vos, ó portas antigas, para que o Rei da glória possa entrar” (Salmo 2.8-9).
Quando leio o Salmo 24, fico cheio de admiração, convicção e consolo.
Admirável porque no Salmo 24, vejo a grande majestade de Deus. A grandeza de nosso incrível Criador e nosso poderoso Libertador!
Convicção porque sou obrigado a comparecer diante de Deus com as mãos limpas e um coração puro. E ao contemplar a santidade de Deus, pronuncio o clamor de Isaías: “Ai de mim, porque sou um homem de lábios impuros e venho de um povo de lábios impuros” (Is 6.5).
Sou cristão há mais de meio século e ainda não encontrei um homem que tenha TODA a sua vida limpa. Não há ninguém além de Jesus, nosso Rei da Glória!
MAS, ainda assim, saio com um presente abençoado no Salmo 24. Encontro conforto porque fui capturado tanto pelo vínculo de Seu amor quanto pelo poder de Sua libertação! Aquele que criou as galáxias é o mesmo que me criou e me livra!
No Salmo 24, Deus está esperando que eu faça uma coisa importante. Abrir a porta do meu coração e convidá-lo a reinar dentro de mim!
Essa é a bússola profética e o segredo da vitória!
E assim, rapidamente abro as portas do meu coração e silenciosamente peço ao meu Rei da Glória que entre.
Que este tempo de celebração de Páscoa seja também uma nova temporada de renovação espiritual para você, meu amigo!
Tenha uma abençoada peregrinação pela frente.
Edmund Chan
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