Módulo Crescendo em seu relacionamento com Deus – Estudo 2.2.1
por Marcelo Ramiro
(At 17.22-30)
Em nossos grupos de discipulado na igreja, sempre estimulamos as pessoas a apresentarem demandas da vida que precisam de transformação e mudança. Uma das áreas mais citadas diz respeito a vida espiritual. Falta de tempo devocional e ausência de profundidade no relacionamento com Deus, infelizmente, são problemas recorrentes. Tantas vezes desenvolvemos uma vida religiosa ativa, inclusive exercendo papel de liderança, sem realmente conhecermos Deus.
É sobre isso que vamos falar hoje no Discipulado na Vida. Estamos começando um novo módulo da Bíblia de Estudo do Discipulado. O módulo se chama Crescendo em seu relacionamento com Deus. Serão 8 vídeos e este é o primeiro com o tema – Conhecendo Deus melhor.
O texto base deste estudo é Atos, capítulo 17, quando o apóstolo Paulo faz seu discurso em Atenas. Paulo ficou profundamente indignado com a idolatria naquela cidade e de uma forma muito criativa e corajosa, apresentou o Evangelho para aquelas pessoas. Paulo reconheceu a religiosidade dos atenienses. Eles expressavam zelo na adoração aos ídolos, embora não conhecessem o Deus verdadeiro. Este cenário de religiosidade sem revelação de Deus é muito perigoso e serve de alerta também para todos nós.
Inseridos em uma cultura de consumo, vemos igrejas onde pessoas se aproximam, simplesmente, para serem servidas. Assim como entram e se assentam em restaurantes ou cinemas da cidade, elas se assentam também nas igrejas. A expectativa delas é serem servidas com um bom espetáculo de louvor e pregação, e terem seus desejos atendidos prontamente por meio da oração. Essas pessoas não crescem. Elas continuam vivendo um projeto individualista e utilitarista que as mantêm a cada dia mais imaturas.
Existe ainda outra realidade na igreja, igualmente perigosa. São pessoas que exercem um papel ativo na comunidade de fé e trabalham muito. O problema é que estamos falando de uma postura tão ativa, que suga todas as energias e consome o tempo devocional. Embora sinceros e com boas intenções, são ativistas, sobrecarregados com reuniões, cultos, encontros e diversas outras atividades. Sabem pregar, cantar e até liderar equipes. Mas, não conhecem a Deus intimamente. Não crescem em direção à maturidade espiritual, muito menos se reproduzem espiritualmente. Embora as atividades tenham valor, se tornam grandes obstáculos de uma vida espiritual saudável.
O verdadeiro discipulado nos chama, em primeiro lugar, a um relacionamento com Deus. Jesus chamou os discípulos para estar com Ele e depois para os enviar a pregar. Isso está em Marcos 3.14. O ser precede o fazer. No versículo 22 desse mesmo capítulo, lemos que Jesus fez algo muito simples: foi com seus discípulos para uma terra na Judeia, onde passou algum tempo com eles. Achei muito interessante quando aprendi que o termo original para essa expressão: ‘passar algum tempo’, significa literalmente esfregar ou contagiar. Ao passar tempo com Jesus, os discípulos foram contagiados e transformados em instrumentos poderosos de Deus. Esse chamado é para nós também!
Edmund Chan, no livro Um Tipo Certo, nos lembra que a atribuição da grande comissão não pode ser realizada de forma significativa sem um alinhamento com o grande mandamento: de amá-lo de todo o nosso coração, alma, entendimento e força (Mc 12.30). O chamado ao discipulado radical é primeiro um chamado para amar a Deus e permanecer nele. Somente quando estamos alinhados com Deus em amor, temos acesso aos recursos e ao poder de Deus, para cumprir o chamado por meio do Espírito Santo.
Há uma dificuldade prática quando falamos em buscar a Deus. Muitos desejam, mas não sabem como fazê-lo. O Senhor nos chama para passar tempo com Ele, em oração, meditação e reflexão de Sua Palavra. Reserve um tempo específico para isso. Tenha um local adequado e se programe. A necessária mudança interior é obra de Deus, não nossa. Isso demanda um trabalho interno, e somente Deus consegue trabalhar pelo lado de dentro. Nosso dever é preparar o terreno, assim como o agricultor faz com o solo. A vida que agrada a Deus não é a que acumula deveres religiosos. Temos uma única coisa a fazer: experimentar uma vida de relacionamento e de intimidade com o Senhor.
Todos nós enfrentamos desafios na vida e nos sentimos sufocados pela correria do dia a dia, mas se esquecermos que nossa fonte vem da presença de Deus, estaremos sempre cansados, ansiosos e sobrecarregados. A intimidade com Deus é para todos nós. Não está acessível apenas para pessoas especiais (elas não existem). Há um novo e vivo caminho preparado por Jesus para pessoas comuns, como eu e você. O requisito principal é ter anseio por Deus. Salmos 42.1,2 diz: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo”. Que esta seja a nossa oração todos os dias também.
A partir deste estudo, reforço o compromisso de priorizar meu relacionamento com Deus. Não quero abrir mão dos meus momentos a sós com o Senhor, nem me deixar levar pelas pressões da vida e, principalmente, do ministério. Não posso me esquecer que todas as minhas fontes estão em Deus. Quero também continuar prestando contas da minha vida espiritual aos meus companheiros de jornada.
Meu desejo é que este estudo também ajude você e seu grupo de discipulado a aprofundar a relação com o Senhor. Deus abençoe ricamente sua vida! Bom estudo!
Marcelo Ramiro
Pastor da Igreja Metodista em Campinas/SP. Faz parte da equipe de comunicação do ministério Igrejas Discipuladoras.
Discipulado na Vida – 17/11/2022
Curso: Relacionamentos
Módulo 2.2: Crescendo em seu relacionamento com Deus
Estudo 2.2.1: Conhecendo Deus melhor
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