Módulo Eliseu como discípulo e discipulador – Estudo 6.4.2
por Ilaene Schüler
(2Rs 2.1-8; Fp 2.25-29)
Preciso ter perto de mim pessoas que não se impressionam comigo, quero dizer, pessoas que são leais a mim e tenham firmeza e liberdade para me falar onde preciso mudar e por isso me confrontam em amor. Ser leal a alguém significa importar-se o suficiente para confrontar em amor quando for preciso.
Pela terceira vez, Elias pediu que Eliseu deixasse de segui-lo. Em Gilgal, em Betel e agora em Jericó, Elias deu essa ordem para que Eliseu ficasse, mas sempre Eliseu se recusou a fazê-lo. Era importante continuar. Eliseu já possuía discernimento profético suficiente para saber que estava envolvido em um acontecimento verdadeiramente importante, e não queria perdê-lo.
Não somente Eliseu, mas também as várias escolas de profetas tinham consciência do que estava prestes a acontecer.
Eliseu fez o juramento de que não deixaria o seu senhor por nenhuma razão. Quando Elias jogou seu manto sobre Eliseu e fez dele seu sucessor, ele prometeu: “te seguirei” (1 Rs 19:20) e cumpriu essa promessa. Fica evidente a lealdade de Eliseu a Elias. Parece que Deus arrumou um discípulo na medida certa para Elias. Pois, Elias que era tão solitário tem agora como discípulo alguém que não desgruda dele.
A mim parece que a resposta de Eliseu expressa a profundidade de uma convicção divina que foi crescendo por andar junto com Elias. Uma convicção divina baseada no caráter da pessoa de Deus e não de Elias. A convicção de seguir a um discipulador não pode substituir minha relação com Jesus. É a minha relação com Jesus que me possibilita ter a convicção divina para andar com um discipulador.
Quando os profetas foram falar com Eliseu, dizendo que o seu mestre seria levado, Eliseu responde que sabe. Podemos aqui intuir que os profetas sabem da lealdade de Eliseu para Elias e o vínculo entre eles, tinham clareza dos papéis de cada um.
A relação de discipulado entre Elias e Eliseu existe por causa do ministério profético. O chamado os une, mas a união é de visão e coração. Podemos ter uma relação ministerial com alguém com a mesma visão que a nossa, sem, contudo, termos uma entrega de coração na relação. Quando a visão e coração estão unidos a sinergia é muito maior.
Quando Eliseu diz que seguirá a Elias, ele expressa uma submissão para viver o processo, para fechar um ciclo de sua vida como discípulo de Elias.
Interdependência na relação de discipulado possibilita o discípulo a crescer conforme Deus quer. Pode então surgir um ministério com o mesmo DNA do discipulador, mas que seja relevante para este tempo.
Pensando como um “Eliseu” eu busco seguir pessoas que são e fazem aquilo que quero ser e fazer.
Pensando como um “Elias” percebo que muitas vezes desenvolvemos liderança e influência de tal maneira que num processo de seleção de “Eliseus” para a sucessão talvez tenhamos que pensar em mais pessoas, tendo papéis específicos para cada área de nossa liderança.
Se queremos fazer uma boa sucessão, é necessário ter alguém com um papel de “Elias” em nossa vida para que possamos desempenhar o papel de “Elias” na vida de outros “Eliseus”.
Discipulado na Vida – 22/09/2022
Curso: Personagens Bíblicos
Módulo 6.4: Eliseu como discipulado e discipulador
Estudo 6.4.2: Lealdade e companheirismo
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