Recebendo Perdão e Libertação

Por Jorge Luiz Perim

Vivemos em um mundo dinâmico onde somos diariamente confrontados com a dor da perda, a ofensa e a opressão. Desta forma, a cada dia, experimentamos nos relacionamentos com as pessoas, situações, os sistemas e processos da vida nos oprimindo, nos ofendendo e atacando nossos valores e fundamentos. 

Como proteger nossa vida interior e exterior em um mundo de cabeça para baixo? Como ser restaurado experimentando esta restauração da parte de Deus?

Quero chamar sua atenção para o texto do profeta Isaías 1.18-20:

“O Senhor diz: ‘Venham, pois, e vamos discutir a questão. Ainda que os pecados de vocês sejam como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, eles se tornarão como a lã. Se estiverem dispostos e me ouvirem, vocês comerão o melhor desta terra. Mas, se recusarem e forem rebeldes, vocês serão devorados pela espada; porque a boca do Senhor o disse.’”

Uma forte necessidade humana é a de receber perdão. A partir do perdão podemos nos sentir livres da culpa e livres para viver o nosso dom mais precioso, uma vida de liberdade. Para a liberdade Cristo nos libertou, diz a Palavra. Contudo, entre ser perdoado e sentir-se perdoado pode haver alguma dificuldade.

Qual foi um momento especial de tua vida em que você se sentiu perdoado ou liberto?

A melhor memória que tenho de libertação e perdão em minha vida é a minha regeneração, meu novo nascimento em Cristo. Ali, na minha conversão e arrependimento, realmente, Deus fez cair sobre Si os meus pecados, e eu percebi a pureza e a liberdade da Graça de Cristo se apossando de mim.

Contudo, há momentos e momentos na vida humana. No decorrer de nossa vida muitos de nós vivem processos de restauração e libertação por exemplo do medo, da ansiedade, do legalismo, do perfeccionismo, da autossuficiência, da independência. Para viver esta experiência de restauração, perdão e libertação e uma vida plena de propósitos, temos que primeiro deixar o Espírito Santo gerar em nós uma profunda convicção divina da necessidade da mudança. E junto a convicção divina, muita coragem para abandonar comportamentos, alguns sentimentos e alguns relacionamentos nocivos com pessoas que nos ferem e oprimem. 

 Contudo, buscar relacionamentos com pessoas que nos permitem errar, dispostas a nos tolerar, suportar e perdoar nos possibilita cavar mais fundo em nós mesmos e iniciar este processo a partir de nós e não do outro. Um ambiente de graça é encorajador e protetivo para vivenciarmos restauração.

Segundo Isaías 1.15-20, qual é o nosso papel em receber o perdão?

A melhor resposta que encontro em Deus é: “Viver a graça acima de tudo!”

O perdão está entre os maiores benefícios da graça Agora, verdadeiramente arrependido, me disponho a ser perdoado, tratado e cuidado por Deus.

Uma experiencia profunda de perdão foi experimentada pela mulher pecadora de Lucas 7.36-50. 

Esta mulher focou na pessoa de Jesus e fez dEle o centro de sua história. Ela reconheceu quem Jesus é e se humilhou perante Ele na presença de um público de acusadores que a desaprovavam como pessoa. Ela não teve medo de ser vulnerável perante a pessoa de Jesus e excedeu em generosidade e gratidão em seu ato de adoração. Esta mulher encontrou graça em um ambiente perniciosamente religioso, pois Jesus estava ali para recebê-la. 

A experiência desta mulher revela como a consciência da graça possibilita um processo transformador.

Ela sabe que a dívida é do mesmo valor para todos, mas a consciência da dívida difere de pessoa para pessoa, conforme nível de convicção e reconhecimento do pecado. Jesus dirá que “o grande amor que ela mostrou prova que os seus muitos pecados já foram perdoados” (Lc 7.47). Ela entregou algo muito mais valioso que o perfume, entregou suas lágrimas e suas dores, ela assim como estava se entregou e, por isso, pode oferecer sua adoração ao Senhor.

Com isso, é notório que o Mestre a colocou no centro de Sua atenção, validou seus sentimentos e ações e a reafirmou em seu nível de importância como pessoa. Jesus revelou publicamente como Ele a enxergava, diferente daqueles que a acusavam no silêncio de seus pensamentos. Jesus a tornou visível como pessoa, a valorizou na frente de todos, enaltecendo o que ela fez. E o que ela fez foi o resultado direto de quem ela era em sua autenticidade: uma pessoa pecadora disposta a viver a experiência do perdão, libertação e restauração de sua vida. É o mesmo que dizer que ela aceitou a si mesma, aceitou o perdão de Deus sobre sua vida e decidiu ser melhor em Cristo.

O perdão não existe para que eu me sinta bem comigo mesmo. O perdão é a superação de uma crise, não a negligência dela. A prática do perdão exige o confronto. Permitir que o perdão me confronte é o início do meu processo de cura interior, libertação e restauração. O arrependimento verdadeiro. precisa impactar o meu coração para que eu experimente o perdão.

Encorajado pelo exemplo da mulher de Lucas 7, me coloquei aos pés do Senhor e quero encorajá-lo a fazer isso também.

Fique atento ao que o Senhor fala para você. É uma oportunidade de profunda gratidão e entrega total. Você está diante dEle em resposta a uma ação graciosa da parte de Deus, ninguém pode vir a Jesus se o Pai não o enviar (Jo 6.37).

Este vídeo é um material de apoio para o estudo Recebendo Perdão e Libertação, Módulo 5.1.5, da Bíblia de Estudo do Discipulado. 

Jorge Luiz Perim é ministro do Evangelho e Coordenador Regional de Pastoreio de Clérigos e Cônjuges da Igreja Metodista Wesleyana – II Região.

Deixar um comentário

Inscreva-se na nossa Newsletter

Últimas novidades em conteúdo para Igrejas Discipuladoras.
Fechar
Inscreva-se na nossa Newsletter
pt_BRPortuguês do Brasil