por Ilaene Schüler
Todo bom discípulo faz perguntas. Todo bom discipulador faz perguntas. Queremos que as pessoas cresçam como discípulos e discipuladores.
No discipulado, o que é mais importante: boas perguntas ou boas respostas?
Boas perguntas podem provocar boas respostas e, por sua vez, boas respostas nos dão segurança para fazer novas boas perguntas. Há uma grande sinergia entre perguntas e respostas. O encontro de discipulado pode ser profundo se tivermos perguntas profundas.
Jesus fala em Mateus 13.12 de uma qualidade que nos será multiplicada se a tivermos. Porém, se não tivermos esta qualidade o pouco que poderíamos ter nos será tirado. De qual qualidade Jesus está falando? Ser ensináveis, sermos pessoas que aplicam a Palavra de Deus em sua vida!
Quando somos pessoas ensináveis, abertas a correção temos fome e sede de aprender. Pessoas ensináveis aprendem a fazer boas perguntas para Deus, perguntas para si mesma, perguntas para as pessoas ao seu redor. A pessoa que desenvolve o hábito de fazer perguntas tende a crescer sempre.
Uma boa pergunta revela o coração da pessoa que está atrás da pergunta. No livro de Jó Deus faz 70 perguntas para Jó, Jó faz 42 perguntas e seus amigos fazem mais de 200 perguntas. Mas, qual o coração por trás de cada pergunta? Por isso precisamos ter cuidado para que as perguntas sejam genuínas e não ataques críticos ou velados em forma de perguntas. É possível que o objetivo da pergunta seja somente para expor a outra pessoa ou para conduzi-la num processo de restauração e edificação.
Jesus se compadecia profundamente das pessoas, mas, não deixava de responsabilizá-la pelo seu processo de mudança. Para tanto Jesus usava de expediente de fazer perguntas levando as pessoas envolvidas à reflexão e auto responsabilização como na conversa de Jesus com o paralítico do tanque de Betesda, em João 5.
Tanto para fazer boas perguntas ou dar boas respostas é importante ouvir. Assim, não oferecemos respostas a perguntas que não foram feitas ou perguntas que não contribuem para o processo de crescimento da outra pessoa.
Quanto ao modo de perguntar, precisamos ter em mente perguntas que a pessoa precisa pensar para dar respostas reflexivas. Ajudando a pessoa a expressar suas emoções e identificar suas reais necessidades. Isso leva a pessoa a parar e refletir significativamente, prestar atenção ao seu próprio coração, ao que é importante para ela.
Mas, em algum momento é preciso ir além. Faz-se necessário ajudar tanto a pessoa quanto a quem está perguntando a identificar possíveis passos de seguimento e a se comprometer com seu processo de crescimento. Com isso, a pessoa é levada a pensar em soluções possíveis que produzam ação real e o alvo de crescimento pode ser alcançado.
Boas perguntas podem ser encorajadoras ou confrontadoras. Por isso, é importante que o grupo de discipulado promova um ambiente de graça e aceitação. “Pelo contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado.” (Hb 3: 13).
O grande desafio e convite que Deus apresentou para mim a partir deste estudo é em meu tempo devocional nestas próximas semanas:
- Em oração responder a duas perguntas: Estou sendo fiel a Jesus e seus propósitos? Meu coração e agenda ministerial reflete isso?
- Pedir para Deus se Ele tem alguma pergunta para mim.