O desafio e a graça de viver contente

por Daniel Vargas e Ilaene Schuler

Toda nossa vida é marcada por uma constante aprendizagem. Aprendemos a andar, nos alimentar, fazer escolhas. Vivemos dias de intenso sofrimento ao nosso redor, de perguntas sem respostas.

E aprender a viver contente é algo a ser aprendido. Paulo aprendeu a viver contente em qualquer situação. Então, assim como Paulo, nós também podemos aprender. Deus quer nos ensinar a discernir em cada momento o significado daquilo que estou vivendo. Quando isso acontece, experimento o contentamento, independente das circunstâncias. Mas, será preciso um esforço consciente de nossa parte. Você percebe significado nas circunstâncias que cercam sua vida?

Contentamento é um tema que para muitos pode não ter grande significado, pois viver contente vai na contramão da sociedade de consumo que é retroalimentada pela insatisfação de desejos que rapidamente mudam.

Como podemos ser pessoas contentes estando cercados por uma sociedade marcada pela insatisfação?

Quando em Filipenses Paulo fala em contentamento ele começa afirmando que é uma aprendizagem: “Já aprendi”, escreveu o apóstolo. (Fp 4.11-13)O contentamento é uma arte que precisa ser aprendida. Ninguém nasce sabendo. 

O contentamento não depende das circunstâncias.

 Paulo continua afirmando em Filipenses “tanto sei passar falta quanto ter abundância”. Desse modo, vemos que o contentamento não depende das circunstâncias em que nos encontramos. É um ensino diferente daquele que estamos habituados a ouvir. Mas, é verdade!

Costumamos pensar que quanto mais tivermos, mais contentes seremos. Mas, não é o que ocorre. As circunstâncias não são o segredo da felicidade ou contentamento. 

Contentamento é quando sou capaz de me descobrir e me deixar motivar em todas as circunstâncias da vida e manter acesa a chama da esperança vivendo o que é o salmista expressa: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. (Sl 30.5)

Contentar-se não significa ser acomodado. 

É legítimo termos sonhos e procurarmos prosperar. Mas, o nosso coração não pode estar nessas coisas. O fato é que se você não viver feliz com o que tem, não viverá feliz com o que vier a ter.

Eu tenho passado por um período em que a finitude da minha vida tem se tornado extremamente clara para mim. E eu tenho aprendido a ser grato a Deus pelo momento que passo, limitações que tenho e sobretudo pela infinita graça de Deus para comigo. Estar contente e a consciência de saber que vai passar. Mas, se não passar, estará tudo bem, pois tenho um Deus forte e poderoso ao meu lado que nunca me abandona. ( Hb 13.5).

O contentamento é fruto da comunhão com Deus.

 “Tudo posso naquele que me fortalece” ( Fp 4.13), escreveu Paulo. Aqui está o segredo!

Paulo estava em Cristo, e Cristo estava nele. Desfrutava de verdadeira comunhão com o Salvador. Sabia que pertencia a Jesus, que fora comprado com seu sangue. Tinha a certeza de que era amado pelo Senhor. Tais coisas o enchiam de satisfação!

O contentamento não está relacionado ao que temos, mas ao que somos: somos filhos de Deus! 

Podemos estar contentes quando estabelecemos uma relação de gratidão para com Deus, não simplesmente pelo que Ele faz por nós, mas por aquilo que Ele é.

Tribulações e aflições nunca são bem-vindas, mas elas veem a nossa vida, porém não podem nos separar da certeza de que Deus nos ama. Nada poderá nos separar do amor de Cristo (Rm 8. 35). Mesmo em meio a angústias, injustiças e fome, o apóstolo afirma que pode ser mais que vencedor, pois ainda podia crer no amor de Deus.

O contentamento é resultado de uma missão.

 “Estou experimentado”, disse Paulo, à semelhança de um soldado ou de um explorador. A pessoa que está numa missão passa por certas privações. Mas, não se queixa disso, pois está envolvida na realização de uma importante tarefa.

Allen Parker escreveu: “Não há nada que possa fazer uma pessoa se sentir tão bem quanto saber que está fazendo uma saudável diferença”.

Uma das dimensões é manter este alto grau de aspiração, saber que tenho um propósito na vida. “O Espírito do Senhor me ungiu para…” (Is 61.1)

Quem tem um propósito vive contente, pois não se concentra nas circunstâncias.

O contentamento não está relacionado ao que possuímos, mas ao que damos: damos de nós mesmos!

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