Três Perguntas Chaves para Discipuladores

1. A pergunta chave para um estudo bíblico, no final de um seminário ou sessão de um retiro, estudo de qualquer livro ou mesmo de seu tempo de devocional é:
O que mais chamou sua atenção?
(ou, o que Deus está lhe dizendo?)

Razões pelas quais essa pergunta é tão poderosa:

  1. Evita a imposição. Não força os participantes a caminharem em uma direção diferente da que está em seus corações. Qualquer outra pergunta naturalmente faria isso. Às vezes, uma pergunta direcionada é boa e até importante ou necessária, mas em geral essa pergunta cria uma atmosfera de graça.
  2. Toca corações. Isso leva a pessoa a parar e refletir significativamente, prestar atenção ao seu próprio coração, ao que é importante para ele ou ela.
  3. Abre espaço para o mover do Espírito. A simples repetição da pergunta permite que todos participem. Abre a possibilidade de discernir um mover do Espírito à medida em que toca o coração das pessoas.
  4. Reprodução (Transferível). A pergunta é tão simples que qualquer líder pode usá-la facilmente e crescer na graça do seu uso. Se uma pessoa tiver que substituir o líder no último momento, é fácil seguir dar continuidade.
  5. Preparação. O próprio líder deve sempre ter uma resposta para a pergunta a ser oferecida, caso o Espírito o direcione ou que se encaixe no que a outra pessoa diz. É ótimo que o líder tente responder à pergunta entre parênteses também. Ele ou ela não necessariamente compartilhará, pois, seu papel é principalmente facilitar os outros, mas você deve estar pronto.
2. A segunda pergunta chave conduz à aplicação:
O que você pode fazer esta semana à luz dessa verdade?
(Ou que passo ou passos você pode dar?)

Razões pelas quais essa pergunta é tão poderosa.

  1. Engano. Sem aplicação, toda discussão pode aumentar nosso conhecimento, mas nos iludir quando ao crescimento real e profundo (Tiago 1: 22-25).
  2. Crescimento intencional. Sem aplicação, raramente haverá um desenvolvimento intencional. Se houver crescimento, a tendência é que seja acidental e tão lento que nem nos permita perceber mudanças reais em nossas vidas.
  3. Prestação de contas. Sem isso, poucas pessoas se lembram de sua aplicação depois de uma, muito menos darão seguimento. É importante reservar um tempo, possivelmente dez minutos na próxima reunião para revisar as aplicações identificadas na reunião anterior.
  4. Superando a superficialidade. Às vezes, quando alguém não está progredindo bem, é ótimo poder descobrir e reconhecer isso. Por isso é bem importante caminhar um pouco mais nessa aplicação. Pode ser que se reconheça alguma razão pela qual não consegue avançar e encontre caminhos para resolver isso.
  5. Grandes áreas. Outras vezes, pode haver avanço, mas a área a ser trabalhada é grande demais. Pode exigir continuidade por mais algum tempo, afirmando essa área antes de passar para outra.
3. A terceira grande pergunta é aquela que gera outras perguntas. Por exemplo:
Quais perguntas lhe vêm à mente à luz deste estudo?
Anote pelo menos uma.

Razões pelas quais essa pergunta é tão poderosa.

  1. Discipulado. Todo bom discípulo faz perguntas. Queremos que as pessoas cresçam como discípulos.
  2. Discipulador. Todo bom discipulador faz perguntas. Queremos que as pessoas cresçam como discipuladores!
  3. Mentalidade investigativa. Esta pergunta ajuda a criar uma mentalidade de avaliar, examinar e verificar os assuntos de forma mais aprofundada. A pessoa que desenvolve o hábito de fazer perguntas tenderá a crescer sempre. Você só precisa ter cuidado para que as perguntas sejam genuínas e não ataques críticos ou velados em forma de perguntas.
  4. Perigo. O risco dessa pergunta é que ela pode abrir discussões teológicas, teóricas ou controversas que as pessoas gostam muito de discutir, mas que podem nos afastar de questões mais profundas, pessoais ou espirituais.

Para um estudo mais aprofundado sobre boas perguntas, consulte as próximas páginas.

Boas Perguntas:

  1. O que é mais importante: boas perguntas ou boas respostas?
  2. Anote boas perguntas que você enxerga na Bíblia, anotando a referência e a pergunta. Anote as que chamam sua atenção nos comentários de todos.

– Antigo Testamento

– Os Evangelhos (a vida de Jesus)

– Novo Testamento após os evangelhos

3. Algumas boas perguntas no Antigo Testamento:

  • “Senhor, quem sou eu?” (Moisés perguntando – Êx 3.11
  • Moisés falou “Não consigo falar bem!” Deus respondeu com 4 perguntas Êx 4.10-12
  • “Por que você está clamando a mim?” (Deus perguntando para Moisés – Êx 14.15
  • “Não fui Eu que lhe ordenei?”  Js 1.9
  • “Por que seu rosto parece tão triste, se você não está doente?” Ne 2.2
  • “Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?” Et 4.14
  • “Prepare-se como simples homem; vou fazer-lhe perguntas e você me responderá” (Deus falando para Jó em 38.3 e 40.7, seguido por 72 perguntas).
  • “Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: ‘Quem enviarei?  Quem irá por nós?’” Is 6.8.
  • “Até quando você continuará impura?” ou “Até quando ainda não te purificarás?” Jr 13.27
  • “Estes ossos poderão tornar a viver?” Ez 37.3
  • O livro de Malaquias se baseia em 24 perguntas.

Algumas boas perguntas nos Evangelhos:

  • “Você quer ser curado?”  Jo 5.6
  • “Vocês também não querem ir?  Simão Pedro lhe respondeu: “Senhor para quem iremos?” Jo 6.67-68
  • “Quem vocês dizem que eu sou?” Mt 16.15
  • “Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna?” “O que está escrito na Lei?”, respondeu Jesus, “Como você a lê?” Lc 10.25, 26
  • “Meu Deus!  Meu Deus!  Por que me abandonaste?”  Mc 15.34
  • “Simão, filho de João, você me ama?” Jo 21.15, 16, 17
  • Jesus constantemente trabalha com perguntas.  Um estudo de como ele responde a perguntas e as perguntas que ele faz é maravilhoso.

Algumas boas perguntas no restante do Novo Testamento:

  • Felipe e o eunuco de Etiópia – boas perguntas.  At 8.30-37
  • “Saulo, Saulo, por que você me persegue?” Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor?” At 9.4b, 5.
  • “Senhores, o que devo fazer para ser salvo?” O carcereiro de Filipos – At 16.30
  • “Miserável homem que sou!  Quem me libertara do corpo sujeito a esta morte?” Rm 7.24
  • “Que diremos, pois, diante dessas coisas?  Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Rm 8.31
  • “Quem nos separará do amor de Cristo?” Rm 8.35
  • “Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? ‘Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: “Por que me fizeste assim?”’ O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso?” Rm 9.20-21
  1. Pergunta para iniciar um retiro com Deus: “Se você soubesse que Eu responderia qualquer pergunta sua hoje, quais perguntas me faria?”
  2. Sete grandes perguntas bíblicas no livro de Gênesis.  Estas perguntas seriam excelentes para um retiro com Deus. Selecione as mais relevantes para você neste momento, a fim de tratar em um retiro com Deus, ou para numa série de momentos devocionais.
  1. Gn 3.9 – Onde você está?  (Onde você está se escondendo?  Atrás do quê?)
  2. Gn 4.9 – Onde está seu irmão?
  3. Gn 16.8 – De onde você vem?  (O que Deus depositou em sua vida até aqui?)
  4. Gn 16.8 – Para onde vai?  (Qual o futuro que Deus tem para você?)
  5. Gn 18.17 – Esconderei de Abraão (coloque seu nome no lugar do nome dele) o que estou para fazer?
  6. Gn 27.18 – Quem é você?
  7. Gn 30.30 – Quando farei algo em favor da minha própria família?

– Escreva uma ou duas perguntas que considere importantes neste momento da sua vida.

– Veja o valor de cinco perguntas frequentes a seguir.

Perguntas Frequentes

Existem cinco perguntas que permitem aprofundar qualquer assunto:

  1. Qual é o tema? Definição da palavra ou palavras-chaves. Sem fazer isso, muitas vezes as pessoas estão usando o mesmo termo de maneiras diferentes, causando um pouco de confusão e até conflito.
  2. Por que o tema é tão importante? Sem fazer essa pergunta, não temos uma visão do “porque” deveríamos aprofundar o assunto.
  3. Se é tão importante, por que é tão negligenciado? Sem fazer essa pergunta, ignoramos facilmente grandes forças que se opõem a essa questão ou área.
  4. Por que temos tanta dificuldade em fazer isso? Sem fazer essa pergunta, podemos ignorar nossas dificuldades e motivações internas.
  5. Como isso pode ser mais bem realizado ou experimentado? Sem o “como”, podemos permanecer no abstrato e na teoria e nunca aterrizar de uma maneira que mude nossas vidas.

David Kornfield

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