Módulo Moisés e Josué – Estudo 6.1.6
por Ilaene Schüler
(Dt 3.21-28; 2Rs 2.1-14)
A maioria de nós não teve a experiência de viver um processo claro de sucessão. Para muitos, assim como para mim, o ministério foi crescendo conosco, e agora enfrentamos a questão de quando e como é o momento certo para iniciar um processo de sucessão.
Passar a liderança para outra pessoa é sempre um desafio significativo e pode gerar dúvidas e medos. Identifiquei algumas áreas que podem representar dificuldades ao procurar passar a liderança para outro indivíduo:
Quando exerço diversos papéis estratégicos em minha liderança, é importante compreender que nem sempre encontrarei alguém capaz de realizar todas as tarefas que eu faço. Portanto, talvez seja necessário pensar em múltiplos sucessores, cada um assumindo responsabilidades específicas. Isso também requer que eu tenha clareza sobre meu novo papel após a sucessão.
Ao escolher um sucessor, é fundamental permitir a imperfeição. Devemos confiar que essa pessoa liderará com o mesmo propósito, mesmo que não execute exatamente as mesmas tarefas, mantendo o DNA da visão. Devemos permitir que a pessoa lidere à sua maneira.
No entanto, podemos aprender com a história de Moisés e Josué. Vejamos alguns fatores que contribuíram para que Moisés não tivesse dificuldades ao passar a liderança para Josué:
- Tempo de caminhada juntos.
- Confirmação de Deus.
- Reconhecimento da liderança por parte do povo.
- A impossibilidade de Moisés continuar liderando, o que gerou a necessidade de sucessão.
Agora, vamos considerar como a relação entre Josué e Moisés contribuiu para o sucesso de Josué como sucessor (Deuteronômio 3.21-28). Josué recebeu a garantia de seu mentor de que o Senhor estaria com ele. Ele também ouviu de Moisés as instruções que Deus havia dado, fortalecendo sua convicção divina.
A conexão profunda com Moisés é evidente quando, mesmo após a morte deste, o nome de Moisés é mencionado 11 vezes no primeiro capítulo do livro de Josué, demonstrando que o coração de Moisés ainda estava presente.
Na sucessão de Elias para Eliseu (2 Reis 2.1-14), percebemos a proatividade de Eliseu em assumir o papel de sucessor. De certa forma, Elias já tinha um sucessor mesmo sem saber. Isso nos mostra que o sucessor precisa discernir o propósito de Deus para sua vida. Eliseu desejou receber o manto de seu líder, simbolizando a continuidade da unção e lealdade.
A sucessão é, acima de tudo, uma relação pessoal, não apenas uma transição institucional. O sucessor deve desejar suceder uma pessoa, não apenas ocupar um cargo, para continuar a visão alinhada com o coração de seu antecessor. Há uma dimensão de paternidade, pelo menos da perspectiva de Elias em relação a Eliseu.
A sucessão deve ser uma parte integrante de nossa cultura. Com frequência, lideramos como se nunca precisássemos realizar transições. Isso pode nos sobrecarregar e nos impedir de delegar funções e responsabilidades.
Devido às crescentes demandas, novas oportunidades e considerações de idade, é importante pensarmos em diferentes níveis de sucessão. Por isso, reservei um tempo nesta semana para uma mentoria em meu grupo de discipulado. Espero obter novas perspectivas, identificar possibilidades de ação e, acima de tudo, buscar a orientação de Deus junto com meus irmãos sobre esse assunto. Com esse plano de ação na mentoria, pretendo dar passos mais sólidos em meu processo de sucessão.
E você, como pretende promover a cultura de busca por sucessores que darão continuidade aos propósitos de Deus?
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