O capítulo 13 de Mateus registra 8 parábolas. Juntas, elas apresentam a exposição maestral de Jesus sobre a natureza essencial do Reino de Deus.
A primeira parábola é a fundamento: a “parábola do semeador”.
O título talvez seja inapropriado. Seria melhor se chamado de a ‘parábola dos quatro solos”, já que representa quatro tipos de coração em resposta a Palavra de Deus (representada pela semente semeada).
Os quatro tipos de coração são:
- O coração enganado (duro, à beira do caminho, chão)
- O coração desencorajado (raso, solo duro)
- O coração distraído (solo espinhoso)
- O coração devotado (solo fértil)
Vamos dar uma nova olhada nesta famosa parábola.
Na vida, existem três realidades:
- Nossas buscas (aquilo que buscamos);
- Nossas dores (que evitamos);
- Nossos prazeres (o que desejamos).
Na parábola do semeador, Jesus tratou dos três grandes inimigos da alma, em relação a cada uma dessas realidades existenciais.
O primeiro inimigo da alma é a ILUSÃO/SOFISMA DO ORGULHO EM NOSSAS BUSCAS (Mt 13:4,19).
Algumas sementes caíram a beira do caminho duro” (V.4)
Aqui está a interpretação que Jesus deu: “Quando alguém ouve as palavras do reino e não as entende, vem o maligno e o arrebata…” (v.19). O que retrata a vida sem receptividade espiritual. Alguns talvez pensem, “Senhor, se eles não entendem, por que o Senhor não usa mais recursos visuais? O Senhor é o professor mestre, os ensine até que eles entendam!”
Obviamente, o problema não tem absolutamente nada a ver com o Senhor ou suas habilidades de ensino. O problema crítico está na falta de receptividade espiritual. E tudo é devido a um coração endurecido pela incredulidade e suas próprias atividades orgulhosas.
O segundo inimigo da alma é o NOSSO ESQUECIMENTO DE DEUS EM MEIO AS NOSSAS DORES (Mt 13. 5-6: 20-21).
Dei uma olhada cuidadosa no texto. Tem uma palavra que se repete três vezes: “logo”.
Versículo 5: “logo brotaram…”; e o versículo 20: “Aquele sobre quem a semente foi lançada sobre os pedregulhos, este é o homem que ouve a palavra e logo a recebe com alegria”.
Além disso, o versículo 21: “contudo, ele não tem raiz em si mesmo, mas dura pouco; e, quando vem a tribulação ou a perseguição por causa da Palavra, logo secou-se” – porque não tem raiz (v.5-6).
Retrata “Vida sem profundidade espiritual”!
Mas, espere. Como pode uma pessoa pode receber a palavra de Deus logo com alegria e secar logo quando surgem as dificuldades?
Responda: Nós nos esquecemos de Deus!
A questão central é a falta de profundidade. A falta de uma base espiritual profunda.
Então, quando surgem problemas, chegamos a Deus como último recurso! Ou pior, quando as coisas não parecem ir do jeito que queremos, ficamos decepcionados com Deus como pirralhos mimados espirituais!
Por outro lado, quando nosso relacionamento com Deus é profundo, quaisquer que sejam as tempestades na vida que possamos enfrentar, nos levantamos!
Pois, quando Deus é o centro de nossa vida, há uma âncora para nossa alma, mesmo em meio às tempestades da vida!
O terceiro inimigo da alma é O ABANDONO DOS VALORES PELOS NOSSOS PRAZERES (Mt 13:7,22)
Versículo 22: “E as preocupações do mundo e o engano das riquezas sufocam a palavra e ela se torna infrutífera”.
Vamos ligar os pontos e ver o quadro geral.
O primeiro solo (terra dura) representa o coração enganado em orgulho e incredulidade. Fala de uma vida sem receptividade espiritual!
Pois, a ilusão/sofisma do orgulho em nossas buscas é o primeiro grande inimigo da alma.
O segundo (solo rochoso) é o coração desanimado devido à superficialidade. Representa uma vida sem profundidade espiritual!
E manifesta o segundo inimigo da alma que é o ESQUECIMENTO DE DEUS EM NOSSAS DORES.
O terceiro solo (terreno espinhoso) fala do coração distraído que está preso nos espinhos das “preocupações deste mundo e do engano das riquezas”. Retrata ‘vida sem bússola espiritual’!
- Vida sem receptividade espiritual!
- Vida sem profundidade espiritual!
- Vida sem bússola espiritual!
Resulta no terceiro grande inimigo da alma, o abandono de valores por nossos prazeres.
E assim, estes são três grandes inimigos da alma: A ilusão do orgulho em nossas buscas, o esquecimento de Deus em nossas dores e o abandono de nossos valores por nossos prazeres.
A questão é: Qual é então o antídoto divino para o veneno dos inimigos da alma?
A resposta está no Quarto Solo. Mas veremos mais sobre isso no próximo artigo.
Tenha uma peregrinação abençoada pela frente!
Edmundo Chan
Mentoria de Líderes. Multiplicando Discípulos. Fundador da Aliança Global de Igrejas que Intencionalmente Fazem Discípulos-IIFD