O pai de Bob Tyndall faleceu, e seu filho pegou certo dia a Bíblia que fora dele, e pôs-se a folheá-la. Era uma Bíblia bem manuseada, que o Sr. Tyndall sempre carregava consigo. Numa das páginas, seu filho descobriu um comentário escrito à mão, na margem: “Jesus não nos ensinou a pregar; nem nos ensinou a cantar. Ele nos ensinou a orar.”
Sim, e para Jesus, a oração era uma prática prioritária. Já no início do ministério de Jesus, Marcos diz o seguinte: “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava.” (Mc 1.35.) Mais tarde, já pelo meio de seu ministério, ele subiu ao monte, a fim de orar sozinho, depois de haver feito a multiplicação dos pães para alimentar uma multidãos, como vemos em Mateus 14.23. E já no final de seu ministério Lucas faz menção ao fato de que ele saiu para orar, como era seu costume (Lc 22.39-41). Jesus tinha o hábito de orar, e ensinou isso a outros, não apenas por meio de palavras mas também pelo exemplo.
Pelos evangelhos percebemos que a oração era a atividade em que Jesus mais se empenhava. Depois, então, transbordando de unção e compaixão, ele saía do local da intercessão para ir colher os frutos das vitórias obtidas em oração: milagres grandiosos, revelações cheias de autoridade, curas maravilhosas e poderosas libertações.
A oração era uma prática tão arraigada nele, que mesmo no momento em que se encontrava na cruz, enfrentando a zombaria e o deboche dos que se achavam ali, as primeiras palavras que pronunciou foram uma oração, o que não nos espanta nem um pouco (Lc 23.34). Ele encarou a morte do mesmo modo como havia passado pela vida: sem temor. E ao morrer confiou seu espírito aos cuidados do Pai, dizendo: “Está consumado.” (Jo 19.30.)
Mas não devemos pensar que a morte dele representou o fim de seu ministério de oração. O autor de Hebreus afirma que o ministério dele no céu, hoje, é a intercessão: “Por isso também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” (7.25.) Seu ministério constante no céu é a oração. Ele ora por mim, e por você também.
Jesus nunca faria algo que não tivesse valor, ou que fosse enfadonho, sem vida: e tampouco nos pediria que o fizéssemos. E nesse momento ele dirige a todos nós o chamado mais importante que existe. Repete para nós as mesmas palavras que disse aos discípulos no jardim do Getsêmani: “Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação: o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26.40,41.) Jesus quer que aprendamos a passar momentos de comunhão com ele, a permanecer com ele uma hora em oração.
Ilaene Schüler
Esta série de mensagens está baseada no livro Nem uma hora de Larry Lea, da Editora Betânia.