Discipulado na Vida – 04/11/2021
Daniel Vargas e Ilaene Schuler
Curso: Restauração
Módulo: Batalha Espiritual – Conhecendo o Inimigo
Estudo 5.4.3: Segunda estratégia de Satanás: Ira
Você lembra de uma situação em que ficou muito irado e teve uma reação da qual se arrependeu depois? Como deveríamos agir quando estamos irados?
Para não ficarmos presos aos resultados negativos, precisamos fazer três coisas com nossa ira: entendê-la, expressá-la e resolvê-la.
1. Entenda Sua Ira
Entenda o seu coração, consulte-o: “Sonda-me, Deus, e conhece o meu coração: Prova-me e conhece os meus pensamentos; Vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”. (Salmo 139.23, 24)
Existem duas fontes da ira: A primeira, saudável, surge quando alguém age contra a justiça, o caráter ou os propósitos de Deus. A segunda fonte são nossas fraquezas e feridas. Quando um comentário, atitude ou ação de alguém levanta nossa ira, precisamos discernir porque estamos irados. Precisamos da ajuda de Deus para entender até que ponto a dor que sentimos indica que algo em nós precisa mudar.
As áreas de nossa vida onde temos sido feridos são muito sensíveis.
Um ato relativamente inocente, ou sem grandes implicações, pode despertar em nós emoções terríveis. Quando sua resposta emocional é desproporcional à ofensa, Deus está usando esse incidente para chamar sua atenção.
Ira, se não for por justiça e por Deus, tem a tendência de tornar-se contra Ele, ainda que inconscientemente. Sem necessariamente percebermos, perdemos de vista a soberania de Deus. Pensamos que Ele não está no controle, não está no Seu santo trono, e que nós precisamos acertar as contas. Assumimos sobre nossos ombros todo o peso de corrigir ou, se for necessário, acabar com a fonte de injustiça, geralmente perdendo de vista as manobras de Satanás por trás das pessoas.
2. Expresse Sua Ira
Precisamos reconhecer nossas emoções e responsabilizar-nos por elas. Ao invés de atacar alguém dizendo “Você me deixa tão irado!” precisamos dizer “Eu estou tão irado!” Frases que começam com “Você!” tendem a ser acusações. As que começam com algo como “Estou me sentindo. . .” tendem a ser confissões. Veja os exemplos abaixo. Do lado esquerdo, temos acusações, enfocando a outra pessoa. Do lado direito, temos confissões, enfocando a mim mesmo, sendo dono de minhas emoções.
Quando acusamos, permitimos que o Acusador faça seu trabalho por meio de nós. Quando confessamos, permitimos que o Espírito Santo faça seu Trabalho.
CONFISSÃO | ACUSAÇÃO |
1. Você só se interessa por… | Me parece que você tem mais Interesse em do que em…. É assim? |
2. O que você está dizendo é que… | Você me corrige se estou errado. O que eu estou ouvindo é que.. |
3. Você me faz sentir tão estúpido! | Sabe, tem vezes que eu me sinto tão estúpido.. |
4. Você está me acusando de… | Eu estou me sentindo acusado. |
5. Você não me entende. | Eu não estou conseguindo me comunicar. Não me sinto entendido por você. |
6. Você me ofendeu. | Estou me sentindo ofendido. |
7. Você me deixa com raiva. | Eu estou com raiva. |
Podemos expressar nossa ira para com Deus. Ele aguenta. Ele entende. Ele deseja que expressemos nossa dor e raiva muito mais do que fiquemos longe dEle. Veja as expressões do Salmista:
“Por que, Senhor, Tu permaneces afastado na hora do sofrimento? Por que Te escondes de mim?” (Sl 10.1 – BV).
Quando você estiver confuso e perturbado, cheio de emoções angustiantes, escreva uma carta para Deus, como fez o salmista. Ele ouve. Ele se interessa. E o ato de se expressar pode ajudar tremendamente a aliviar a dor que estamos sentindo. Entender e expressar nossa dor e nossa ira são passos indispensáveis para poder resolvê-la.
3. Resolva Sua Ira
Quando nossa ira é egocêntrica, querendo defender ou exaltar a nós mesmos, precisamos nos arrepender. Quando deixamos a ira continuar através de dias, semanas, meses ou anos, ela se torna pecaminosa, estabelecendo uma raiz de amargura em nós que se estende muitas vezes inconscientemente a Deus, distanciando-nos d’Ele por sentirmos que Ele não nos protegeu no dia de nossa aflição.
Uma resposta errada à ira é tomar as coisas em nossas mãos e esquecer de Deus. O oposto também é errado: deixar tudo nas mãos de Deus e não perguntar se nós precisamos fazer algo. Isso seria super espiritualizar a coisa. Geralmente, isso não apaga as mágoas que sentimos, nem ajuda nos relacionamentos quebrados, nem impede as pessoas de continuar a agir errado. Não dá certo quando procuramos resolver os problemas só no sentido vertical (eu com Deus) e ignoramos que nada foi resolvido no sentido horizontal (eu com as pessoas) conforme 1 Jo 1.7.
Quando nossa ira é justa, precisamos confrontar em amor, cheios do Espírito de Deus, as pessoas que nos feriram (Gl 6.1; Mt 18.15). Precisamos, então, estender o perdão e a libertação de Deus para elas. Às vezes, não conseguimos resolver nossa dor ou nossa ira porque damos ou pedimos um perdão barato. Perdão barato não nos custa nada e nem faz restituição.
Em resumo, nossa ira precisa ser entendida, expressada e resolvida.
Se, diariamente, estivermos atentos e não deixarmos o sol se pôr sobre nossa ira, não teremos muitos problemas nessa área. Mas, se carregar raiva por muito tempo, os problemas se aprofundarão e precisarão de um processo mais prolongado para que haja cura. Se Deus está tocando em sua vida nessa área, procure ajuda já! A raiz continuará crescendo e ficando mais difícil de tratar com o passar do tempo, aumentando cada vez mais as suas consequências destrutivas.
Daniel Vargas e Ilaene Schuler
1 Comentário
Ana Rebeca Martinez Lopez
Excelente,