Primeiro Princípio do Discipulado: indo

Por Juliano Petter

Jesus é a expressão maior do Deus pessoal e relacional que é revelado nas Escrituras e na história da humanidade. O Deus de Israel que andava no meio do seu povo se tornou um conosco, o Deus Emanuel. Ele veio para reconciliar a humanidade com Deus através de sua morte e ressurreição. E com sua vida veio chamar pessoas para estar com Ele, andar com Ele, aprender Dele, imitar a Ele e fazer o mesmo com  outros que viram Ele fazer. Jesus chama, transforma, capacita e envia seus discípulos para assumirem a mesma missão. A missão de Jesus agora é também nossa missão: fazer discípulos.

 A palavra “vão” ou “Ide” na Grande Comissão é um gerúndio no grego e poderia ser melhor traduzida como “indo” ou “enquanto vão”. Isso significa que o discipulado que acontece na convivência e no caminhar juntos se torna encarnacional, vivencial, prático, dinâmico, relacional e concreto.

Jesus foi enviado para o quê? Para realizar a redenção (por meio de sua morte e ressurreição) e fazer discípulos (por meio de sua vida).

Todos somos missionários enviados ao mundo. Somos discípulos em missão no mundo. Somos enviados para fazer o quê? A mesma obra de Jesus. Por meio de sua morte e ressurreição ele concluiu a obra redentora da humanidade. Por meio de sua vida, realizou a obra do discipulado.

Nosso chamado é anunciar e proclamar a obra redentora de Jesus e vivenciá-la. Já a obra do discipulado foi delegada aos seus discípulos, ou seja, a mim e a você?

As perguntas que nos vêm constantemente são: Onde? Quando? Como? Com quem?

A toda hora, em qualquer lugar e a todas as pessoas com que tivermos a oportunidade de estar e conviver. Todas elas são alvo de nossa ação missionária de proclamação do evangelho e consequente discipulado.

Jesus ao encerrar seu período aqui na Terra após sua ressurreição e antes de subir aos céus, deixou uma ordem clara para os seus discípulos quanto ao que esperava deles. Em Mateus 28.18-20 temos registrada aquela que é conhecida como a GRANDE COMISSÃO.

Jesus ordenou seus discípulos que, enquanto vivessem sua vida, vivessem com um propósito maior: ser e fazer discípulos. E isso se daria a partir daquele momento para todos os lugares que fossem. Enquanto estivessem “indo”, vivendo suas vidas, em casa, na família, no trabalho, na escola, na vizinhança, no lazer, estariam anunciando o que Jesus fez para salvar a humanidade e acompanhando e auxiliando intencionalmente todos aqueles que aceitavam essa verdade reproduzindo na vida destes o que Jesus fizeram com seus primeiros discípulos.

No texto conhecido como a Oração Sacerdotal de Jesus, em João 17, Jesus diz que se consagrou em favor dos seus discípulos. Viveu uma vida santa e separada para Deus em favor da humanidade.

Uma vida separada para Deus, “santificada”, desperta naqueles que cercam esta vida consagrada um desejo de entender e experimentar nas suas próprias vidas o mesmo que estão vendo e sendo impactados. 

Jesus intencionalmente investiu tempo na vida dos seus discípulos. Estar com Jesus gerou aprendizado e transformação na vida dos discípulos.

Investir tempo na vida das pessoas é algo fundamental para que estas também possam ser impactadas por Jesus que habita nos seus discípulos. Separar intencionalmente momentos da vida para estar com pessoas com quem Deus quer nos usar para influenciar.

Por isso, lembremos sempre que o discipulado não é um curso ou um encontro formal de orientação meramente intelectual. O discipulado é um estilo de vida. Dessa forma, os encontros informais, encontros sociais, espaços de convivência, de simplesmente estar juntos para lazeres ou tarefas de serviço tem um impacto muito grande e fundamental na caminhada do discipulado cristão. Jesus conviveu com seus discípulos muito além dos grandes encontros públicos de pregação, ensino e milagres.

Jesus conhecia suas necessidades. Ele estava com eles nos momentos das dúvidas, dos medos, das tempestades, mas também nas celebrações e vitórias. Eles comiam juntos, viajavam juntos. Conversavam sobre o que viam pelo caminho. Nenhum assunto ou momento era desprezível ou desprezado. Todos eram oportunidade para aprender, para crescer, para experimentar Vida na vida.

Cada discípulo de Jesus recebe a incumbência de reproduzir na vida de outras pessoas o que ele mesmo experimentou. A ideia é de uma corrida de revezamento. Uma geração comprometida em alcançar a sua e a próxima geração.

Em meu microgrupo de discipulado ao estudar este tema, compartilhei com os meus irmãos de caminhada que preciso avançar e crescer na busca por contatos maiores, momentos informais, chamar para refeição ou atividades de lazer, com aqueles que Deus está me enviando a alcançar, mas também influenciar com a vida Dele em mim. Deixar que conheçam a Cristo através da minha vida. 

Também posso e preciso aumentar os contatos digitais. Usar a ferramenta das mídias sociais em favor do discipulado e do estreitamento dos relacionamentos com compartilhar de coisas da vida no intervalo dos encontros formais. 

Além disso, que intencionalmente quero aproveitar melhor as oportunidades dadas por Deus para anunciar a obra redentora de Jesus em tantos momentos ao longo da minha semana.

E quanto a você, de que maneira poderia cumprir melhor o mandato de fazer discípulos enquanto vai indo e andando junto?

Que o Senhor nos capacite por sua graça e poder a vivenciar este primeiro princípio do discipulado: fazer discípulos no caminho da vida… enquanto vamos indo!!

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