Uma reflexão para o Domingo de Páscoa
“Porque o Senhor passará para ferir aos egípcios, porém, quando vir o sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, o Senhor passará aquela porta e não deixará ao destruidor entrar em vossas casas para vos ferir.” Êxodo 12.23 (ARC)
Na primeira Páscoa, no contexto da libertação do povo de Israel da escravidão do Egito, Deus operou de forma assombrosa. Diante da resistência de Faraó, Ele enviou uma terrível praga que vitimou os primogênitos dos egípcios. Por outro lado, protegeu os filhos de Israel, livrando-os da morte. Para isso, deu ordens ao seu povo, o que incluía sacrificar um cordeiro e marcar as vergas e ombreiras das casas com o sangue que fora derramado. Ao ver aquele sinal, o destruidor não entraria no lar.
As circunstâncias eram de medo diante das ameaças do Faraó e da praga. Em meio a isso, confiantes na promessa de Deus, os israelitas tinham de celebrar a Páscoa em casa, com a família. Dessa forma, estariam seguros.
Ao celebrar a Páscoa no recôndito do lar e aspergir as portas com sangue, o povo de Israel estava reconhecendo sua necessidade da proteção do Todo-poderoso. Assim como os israelitas, precisamos reconhecer nossa vulnerabilidade e obedecer ao Pai. Hoje, já não precisamos imolar um cordeiro, pois o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, já derramou seu sangue por nós. Assim, podemos descansar em sua proteção.
Confissão, perdão e salvação
O ser humano tende a uma postura de autossuficiência diante de Deus. Para alcançar seus objetivos, os aplausos e o sucesso, pensa que pode caminhar só. Não são poucas as vezes que queremos demonstrar que damos conta de tudo, que somos os melhores, que não há pais, filhos, profissionais, líderes mais competentes do que nós. Negamos nossas fraquezas. Escondemos nossas debilidades. Fingimos diante de Deus.
Hoje, ao celebrar a nova Páscoa pela ressurreição de Jesus, somos convidados a estar na presença de Deus e a renunciar toda falsa aparência. Para isso, precisamos de confissão. Com humildade, devemos admitir o que somos. Ao nos derramar com transparência diante do Pai, paramos de dizer a Ele, aos outros e a nós mesmos aquilo que não é verdade. Concordamos com Deus, com a realidade. “Se dissermos que não temos pecado a nós mesmos nos enganamos” (I Jo 1.8).
Por isso, neste domingo, ao rememorar a passagem da morte para a vida por meio do sacrifício de Cristo, assumamos nossa profunda necessidade da intervenção de Deus. É nele que devemos confiar, descansar e depositar nossa esperança. Isso dará paz a nós mesmos e ao nosso lar. Pois, uma casa marcada com o sangue do Cordeiro é um lugar de proteção!
Ore assim:
“Senhor, dependo de ti. Ajuda-me a viver este tempo, a dar conta dos problemas, a vencer cada medo e pecado. Sem ti, eu não consigo. Sou limitado. Peço-te que abençoes o meu lar e que me dês o seu perdão, pois sei que se confessarmos os nossos pecados, tu és fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Coloco em ti a minha esperança e descanso em sua proteção.” Amém.
Ilaene Schüler
Missionária Sepal, graduada em Teologia e especialista em Missão Urbana e Análise Transacional. Lidera o ministério Mulheres Mentoras, mobilizando mulheres em liderança para vivência de cuidado.
Daniel Vargas
Missionário Sepal, graduado em Administração de Empresas e Teologia, especialista em projetos PMD e em Análise Transacional, mestrando em Química. É pesquisador do Departamento de Pesquisas da Sepal e lidera o ministério Homens Mentores mobilizando homens em liderança para vivência de cuidado.